
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que ainda nesta sexta-feira (8/8) a Mesa Diretora deve se reunir para decidir se aplicará punições aos parlamentares que, no início da semana, ocuparam o plenário em protesto. A ação, liderada por membros da oposição, ocorreu em resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar. O ato também foi reproduzido no Senado.
Motta explicou que a análise sobre as medidas caberá ao colegiado, e não será uma iniciativa isolada de sua presidência. Ele, porém, já adiantou sua posição: defenderá uma sanção com caráter educativo. “(A reunião acontecerá) Ainda na tarde desta sexta-feira, para que possamos decidir sobre essas possíveis punições a parlamentares que se excederam”, afirmou em entrevista à CNN.
O presidente da Câmara classificou o atual cenário político como “atípico” e reconheceu a existência de um desgaste institucional, em um “crise entre os Poderes”.
Em resposta às declarações de Hugo Motta, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou na tarde de hoje que assume integralmente a responsabilidade pela ocupação. “Se alguém tem que ser punido nessa história, sou eu. Eu não vou aceitar punição a nenhum dos nossos colegas que estavam ali e assumo a responsabilidade sozinho”, disse à GloboNews.
A ocupação das Mesas Diretoras paralisou parte das atividades legislativas durante dois dias. Integrantes da oposição utilizaram esparadrapos na boca, correntes e cartazes para simbolizar o que chamam de cerceamento da liberdade de expressão. O impasse reforçou as tensões políticas que vêm se intensificando desde a decisão do STF contra o ex-presidente.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular