
Os dados da Balança Comercial de julho, publicados nesta quarta-feira (6/8) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), indicam que o saldo de transações entre Brasil e Estados Unidos tem sido favorável para os norte-americanos desde o início de 2025. São sete resultados negativos para o Brasil em sequência, de janeiro a julho deste ano.
No acumulado dos sete primeiros meses de 2025, as exportações para os EUA cresceram 4,2%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, e atingiram US$ 23,72 bilhões. Já as importações avançaram 12,6% e totalizaram US$ 25,97 bilhões. Diante disso, o deficit comercial dos brasileiros atingiu US$ 2,26 bilhões nesse período.
Na comparação mês a mês, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 3,8% e somaram US$ 3,71 bilhões em julho deste ano, na comparação com o mesmo mês em 2024. Ao mesmo tempo, as importações avançaram 18,2% e atingiram US$ 4,27 bilhões. Desta forma, a balança comercial com os EUA neste mês foi negativa em cerca de US$ 560 milhões.
O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, avalia que este cenário de déficit é histórico e que é natural que o Brasil demande mais produtos dos EUA do que o inverso. “Tanto a importação quanto a exportação para os Estados Unidos vem crescendo. No ano passado, nós tivemos recorde de comércio e neste ano continua sendo. O Brasil tem esse déficit estrutural com os EUA há cerca de 15 anos, então é difícil reverter essa tendência e isso faz parte da composição da estrutura produtiva dos países”, considera.
A partir desta quarta-feira, já está em vigor a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos. A alíquota é a maior em vigor entre os parceiros norte-americanos e foi anunciada no último dia 9 de julho. No entanto, quase 700 produtos estão isentos dessa tributação, de acordo com uma lista de exceção divulgada pela Casa Branca na semana passada, que inclui produtos como suco de laranja, celulose, minério de ferro e combustíveis.