ÁSIA

Ruínas submersas na Turquia recontam origem da história da Arca de Noé

Descoberto no fundo do Lago Van em 1997, cientistas acreditam que área foi inundada após erupção do Monte Nemrut

Civilizações perdidas são descobertas em fundo de lago localizado na Turquia -  (crédito: Reprodução/Youtube)
Civilizações perdidas são descobertas em fundo de lago localizado na Turquia - (crédito: Reprodução/Youtube)

Uma antiga civilização submersa no fundo do Lago Van, na Turquia, pode lançar nova luz sobre a narrativa do dilúvio presente em textos sagrados como a Bíblia. Localizado a cerca de 240 quilômetros do Monte Ararat, tradicionalmente considerado o local de repouso da Arca de Noé, o complexo de ruínas foi identificado a 26 metros de profundidade e desperta o interesse de pesquisadores independentes que questionam as versões clássicas da história.

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A descoberta foi feita em 1997 pelo cineasta subaquático turco Tossen Salin, enquanto estudava os invertebrados do lago. Desde então, evidências geológicas e estruturais apontam que a área pode ter sido inundada entre 12 mil e 14,5 mil anos atrás, após uma erupção do Monte Nemrut que bloqueou o Rio Mirat e elevou drasticamente o nível das águas. A catástrofe teria provocado um cenário de destruição capaz de inspirar lendas de dilúvio que atravessaram milênios.

Para o pesquisador independente Matthew LaCroix, a descoberta desafia interpretações tradicionais. "Até onde eu sei, nenhuma civilização dos últimos 6 mil anos teve os meios tecnológicos para criar o tipo de alvenaria que estamos vendo aqui", afirmou em entrevista ao podcast Limites, de Matt Beall. 

A nova expedição liderada por ele e uma equipe internacional de mergulhadores está prevista para setembro. O grupo pretende explorar mais de 800 metros de estruturas submersas, incluindo uma fortaleza de pedra e templos circulares com alvenaria esculpida com precisão. Alguns dos símbolos encontrados nas ruínas é a chamada "Flor da Vida", gravada também em locais sagrados no Peru e na Bolívia, sugerindo conexões culturais entre civilizações distantes.

Apesar de arqueólogos atribuírem o complexo à era urartiana, há cerca de 3 mil anos, ou até à Idade Média, especialistas admitem que o sítio ainda não foi devidamente datado. Como as pedras não podem passar por datação por carbono, os cientistas esperam encontrar sedimentos ou materiais orgânicos preservados que confirmem a idade real das construções.

Além da dimensão arqueológica, a região também possui relevância simbólica. O mapa-múndi babilônico, considerado o mais antigo do mundo, destaca a área de Ararat, próxima ao Lago Van, como um ponto sagrado, possivelmente associado a histórias de sobrevivência após uma grande inundação.

Para LaCroix, a intenção não é desacreditar a narrativa bíblica, mas compreendê-la sob outra perspectiva. Ele sugere que a história da Arca de Noé pode ser uma versão reinterpretada de um desastre real e ancestral. "Imagino uma civilização próspera à beira do lago, com templos e estruturas duráveis. Um povo que jamais pensou que tudo aquilo poderia ser submerso, até que o mundo deles mudou para sempre."

Confira o vídeo:

 


 


 

 

postado em 07/08/2025 16:16
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